terça-feira, 3 de maio de 2016

CHAMADOS PARA FAZER A DIFERENÇA!



Vivemos um tempo em que tudo está muito relativizado. Principalmente, a fé. Já não é mais uma coisa agradável levantar cedo aos domingos, e em família ir à Missa. Já está distante de nós a vontade e o desejo da santidade, porque a sociedade grita aos quatro cantos: “Isso é impossível! Ninguém é perfeito!”. Recordo-me de uma música belíssima do Padre Zezinho, que diz: “Eu vim de lá do interior, aonde a religião ainda é importante; lá se alguém passa em frente da Matriz, se benze e pensa em Deus, e não sente vergonha de ter fé...”.
Realmente, o assunto “religião” não é mais o alvo das rodas de conversa em nossos lares. A tecnologia, a televisão, a internet, as redes sociais e o convívio virtual tomaram o espaço das boas “prosas” em família, das novenas e “rezas” na casa dos vizinhos. Mas há, nisso tudo, um fato intrigante. Em 50 anos, nunca os Seminários estiveram tão cheios como estão atualmente. Como se explica isso, se a fé está relativizada e foi jogada fora por muitos? Que chamado é esse, que afirmam vir do próprio Deus, e que os deixa como que em outro mundo?
A resposta é simples: é, com toda a certeza, o próprio Deus quem chama. Se não fosse assim, não existiriam jovens ainda nos tempos atuais dispostos a darem suas vidas em favor dos irmãos. E se é Deus quem chama, o chamado daquele que quer ser Padre baseia-se na diferença, não na diferença de “patamares”, como dizer “eu estou aqui, você está lá”, mas o chamado do Seminarista baseia-se em fazer a diferença no meio da juventude que, muitas vezes, nunca ouviu falar de Deus do jeito certo.
Quando se olha para o Padre e se vê nele alguém de Deus, alguém que transmite a Palavra de Deus, que celebra a Eucaristia e os Sacramentos com piedade e devoção, que não se cansa ao dormir tarde e levantar demasiadamente cedo, há uma grande chance de que alguns jovens daquela comunidade desejem ser como aquele Padre. Sempre ouvi de um Padre amigo: “Se faltam fiéis cheios de Deus, é porque faltam Padres transbordando!”.
Interessante esta reflexão... faltam Padres transbordando. De que? De Deus. Parece tão simples, mas isso implica um questionamento ainda maior: porque é que faltam Padres transbordando? Será que é somente porque alguns deles não estão em contato direto e contínuo com Deus, ou porque o rebanho não pede ao Bom Pastor a santificação do pastor que Ele colocou para guiá-lo? Falta dedicação dos Pastores ou oração do rebanho? As duas coisas. Deus Pai é presente na história humana; se compadece de nós e envia Pastores para nos ensinar os caminhos do Céu. E suscita nos jovens do século XXI esta vocação tão linda e tão sublime.
Aos Pastores, cabe rezar pelo seu rebanho e para que o Bom Pastor não lhes deixe faltar o zelo pelas ovelhas; ao rebanho, cabe pedir ao dono da Messe, que envie Pastores, operários santos, dignos e que amem as ovelhas como um verdadeiro Pastor, a exemplo do próprio Jesus, o Bom Pastor. Que o Pastor se dedique mais e o povo reze mais. Amém!